quinta-feira, 18 de março de 2010

Fogo na Canastra



Fogo na Canastra


Em busca de informações sobre queimadas na serra da Canastra encontramos está excelente reportagem de auditoria da ONG VIATRIP'S, gostariamos de aproveitar o momento e parabeniza-los pelas grandes atitudes na Canastra.

Com a chegada da época da seca no cerrado, o fogo passa a ser um elemento presente na paisagem, trazendo ao mesmo tempo destruição e beleza. As Serras da Canastra e da Babilônia estão inseridas no bioma brasileiro Cerrado, e em razão disso, seguem as características aplicadas a esse bioma, que é o segundo maior do Brasil em área com aproximadamente 2.000.000 km2. Todos os anos a TV e os jornais noticiam que várias regiões do país sofrem com queimadas nas épocas secas do ano. Se prestarmos atenção, várias dessas áreas estão inseridas no bioma cerrado como a Serra da Canastra.
Já nas áreas de cerrado, a situação é muito peculiar. Devido às características de sua vegetação aberta nos campos, composta principalmente por gramíneas e árvores de pequeno porte e adaptadas à ação do fogo, os prejuízos são menores, mas não deixam de existir. Animais e plantas também morrem, o solo sofre um desgaste e torna-se cada vez mais empobrecido, há lançamento de enormes quantidades de CO2 na atmosfera, mas a facilidade de regeneração do ambiente é algo impressionante. O cerrado apresenta também algumas formações compostas por árvores de grande porte, concentradas em matas ciliares, matas de galeria e em pequenos capões, que se forem atingidos pelo fogo podem sofrer grandes prejuízos à sua biodiversidade.
Dentro da dinâmica do cerrado, o elemento fogo se apresenta como um modificador da paisagem, sendo causado pelo homem ou pela natureza. O homem utiliza o fogo no cerrado principalmente para renovar pastos e abrir áreas para o plantio (vide expansão das fronteiras agrícolas causadas pelo plantio de soja em áreas do Mato Grosso por exemplo). Essa prática deve ser feita sob autorização e fiscalização dos órgãos ambientais para que sejam realizadas nas épocas certas e se tomando as medidas de prevenção necessárias. Pela natureza, o fogo é causado basicamente por raios que caem sobre a vegetação seca, como já presenciamos aqui na Serra da Canastra. Mesmo em dias secos, podem ocorrer descargas elétricas que ao atingirem o solo seco provocam queimadas que, facilitadas pelo vento e pelo relevo acidentado, se espalham com facilidade podendo atingir grandes proporções.
Após a rebrota do capim, os campos se enchem de flores das mais variadas espécies, tamanhos e cores. A impressão é a de se caminhar sobre um infinito jardim. Tudo isso ocorre em um período de aproximadamente um mês após a passagem do fogo, e essa recuperação surpreendente da natureza mostra que o cerrado, apesar de parecer uma vegetação pobre, de aspecto "duro", é muito delicado ao apresentar a beleza de suas cores após a passagem do fogo.
Ainda há muita discussão sobre os efeitos do fogo sobre os campos do cerrado: seria ele um elemento benéfico por trazer renovação ou seria maléfico por degradar o solo? Essa discussão não parece ter um fim próximo e aquece os ânimos de ambientalistas e de produtores rurais. Mas em uma coisa todos concordam: o fogo ao atingir áreas de matas é extremamente prejudicial pois reduz a cobertura vegetal comprometendo a proteção das nascentes de água. Portanto, muito cuidado com cigarros acesos e não acenda fogueiras em áreas de campo aberto, principalmente nas épocas mais secas do ano. O fogo causado por uma brasa de cigarro acesa em um campo pode atingir áreas de matas, comprometendo de forma definitiva sua integridade, afetando a proteção de nascentes e dificultando sua expansão.







Nenhum comentário: